Delegada de Polícia, Gineterapeuta, Moon Mother, Oraculista, Erveira, Benzedeira.

domingo, 28 de janeiro de 2018

MULHERES COM CHEIRO DE GERÂNIO


  Náiades: deusas das águas doces - A Casa da Floresta
Ah, essas mulheres com cheiro de gerânio! 

Cuidado com elas! 

Dizem que, às vezes, em noite de lua cheia, elas, plenas de si, transformam-se em lobas e, com suas almas livres, saem saltitando com suas caldas arrebitadas, leves, correndo de um lado para o outro no meio da relva, embrenhando-se pela floresta, mas se encantam mesmo com os gerânios, cujo aroma enebriante e adocicado, lembram-nas de suas almas selvagens. 

Então, elas se enchem de vida, imprevisibilidade, amor, carinho, sorrisos fartos, peraltices e coragem, despindo suas almas de tudo o que as impedem de serem felizes.

E, quando elas voltam aos seus corpos de mulher, elas trazem consigo não só o cheiro, mas a beleza e as cores do gerânio e passam a se amarem mais e a demonstrar muito carinho, amor, toques suaves e macios para com todos aqueles que elas amam. 

De repente, elas começam a esbanjar sorrisos verdadeiros, deixando de lado quaisquer previsibilidades, tornando a vida de quem as rodeia abastecidas de vida. 

Ah, essas mulheres com cheiro de gerânio têm muita coisa para lhe ensinar! 

Se você, por acaso, encontrar-se com uma delas e for pego desprevenido, poderá ter a sorte de ela se encantar por você e correrá um sério risco de ela encher a sua vida de muita vida e lhe presentear com todas as qualidades que o gerânio fez florescer no coração dela.
Texto: Ângela Santos




Gerânio plantado e fotografado por Nelson Mitake.


Ângela Santos é libriana, com lua em Gêmeos e Ascendente em Áries. Mãe da Lorena, do Luís e do Emanuel, as melhores versões de mim em parcerias. Gineterapeuta, Moon Mother, Terapeuta em Barra de Access, Benzedeira, Erveira, Cartomante, Facilitadora e Focalizadora de Círculo de Mulheres na empresa Clã Filhas do Vento, Delegada de Polícia Civil no Distrito Federal desde 1999, Especialista em Violência contra a Mulher.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A Prostituta Sagrada



Havia um tempo em que a divindade era feminina, mais precisamente, a Deusa, pois a força maior, o grande mistério só poderia ser semelhante à Mãe Natureza, que gera, pare e alimenta, e tem também o poder do nascimento, da morte e do renascimento. A mulher era a figura que mais se assemelhava a esta grande força, com os seus ciclos de menina, donzela, mãe e anciã, reproduzindo, respectivamente às fases das luas nova, crescente, cheia e minguante, bem como o seu ciclo menstrual, mensalmente seguindo as fases lunares. Além desses ciclos, foi a mulher agraciada com a capacidade de gerar, parir e nutrir. Então, antes das lutas pelo domínio de propriedades, a força divina era a figura feminina, a grande Deusa, a grande Mãe.

Nessa época, a sexualidade fazia parte do cotidiano das pessoas, como qualquer outro momento de prazer tais como se alimentar, beber água, tomar um banho. E dentro desse contexto sagrado da sexualidade, havia a Deusa do Amor, cultuada com suas formas arredondadas, ancas largas e seios fartos, representando o poder de gerar, parir e nutrir.

A Deusa do Amor era cultuada no seu templo, onde existiam as sacerdotisas que Àquela serviam. Estas eram mulheres virgens, na essência da palavra, ou seja, mulheres que ainda não tinham tido filhos.

As sacerdotisas serviam a Deusa acolhendo todos que procuravam o templo para serem abençoados pela Deusa. Então, as virgens cuidavam desses estranhos como se fossem os seus amantes, maridos, dando-lhes o aconchego do lar, roupas limpas e perfumadas, servindo-lhes deliciosos e fartos banquetes e o melhor vinho. Esses estranhos também eram envolvidos pela sedução e disponibilidade das sacerdotisas, que dançavam para eles, que as envolviam em seus corpos e fazia-lhes amor.

Depois desse acolhimento, o estranho deixava o templo e tinha a garantia de que o seu ano ou a sua colheita seriam abençoados e a sacerdotisa já poderia voltar para sua vida cotidiana, pois tinham servido à deusa e sua vida seria igualmente cheia de bênçãos. Ela, possivelmente, viria a se casar, ter filhos e seguir o ciclo da Mãe Natureza, caso esse fosse o desejo dela. E elas eram muito honradas por terem servido à Deusa!

Essas sacerdotisas também ficaram conhecidas como as Prostitutas Sagradas, pois o ato sexual praticado com um estranho não tinha a conotação profana. Depois que o templo da Deusa foi destruído nas guerras, os dominadores distorceram estes rituais, passando as mulheres a se prostituírem com estranhos que lhes pagavam para com elas terem prazer.

E, quanto mais distantes as mulheres ficam da Prostituta Sagrada, mais elas ficam adoecidas. Não só as mulheres, como seus parceiros, que não conseguem dissociar a figura da mãe com a figura da mulher. O mesmo acontece com a mulher que se relaciona com os homens numa simbiose paterna. Daí, enquanto o casal não conseguir desconstruir essa associação arquetípica, não haverá, plenamente, o casamento sagrado, que é o encontro do masculino e do feminino curados, independente da orientação sexual de cada um dos parceiros.

Texto: Ângela Santos





Imagens: Hierodulas, Heteras, Putas, a Deusa da Podadura e Vênus de Willendorf (Google)

Ângela Santos é libriana, com lua em Gêmeos e Ascendente em Áries. Delegada de Polícia no Distrito Federal há 19 anos, Gineterapeuta, Moon Mother, Terapeuta em Barra de Access, Benzedeira, Erveira, Cartomante, facilitadora de Círculo de Mulheres na empresa Clã Filhas do Vento, Mãe de três filhos.