Delegada de Polícia, Gineterapeuta, Moon Mother, Oraculista, Erveira, Benzedeira.

segunda-feira, 19 de março de 2018

TAL MÃE, TAL FILHA


Adoro pegar a estrada de carro sozinha. Sei lá, parece que entro num estado meditativo. Primeiramente, aquela sensação de que algo novo está à nossa espera logo ali na primeira curva ou no final de uma reta sem fim, depois, a sensação de alívio de que aquilo que ficou para trás era tudo que  não nos acrescentava mais e, por fim, a esperança de que o que passou não volta mais, mesmo quando eu estiver passando pelo mesmo lugar, pois aquela paisagem não mais será a mesma, terá outros pássaros, uma árvore caída, uma flor nascida.
Sempre nessas minhas andanças, conversando com o barulhento silêncio na minha mente, resolvo pendências, avalio situações, coloco-me no lugar do outro, desculpo-me, perdoo-me, choro, rio, faço planos. Tudo fica tão cartesiano que chego ver os gráficos coloridos à minha frente.
A criatividade aflora, grita, de tal forma que, às vezes, é necessário parar o carro para alguma anotação, como foi o caso dessa última viagem que fazia, voltando da casa dos meus pais.
Então, comecei a relembrar a minha trajetória com minha mãe. Somos tão diferentes uma da outra, que chegamos a ser parecidas. Quantas brigas, desentendimentos, vontade de estar longe, de ser diferente, de não me parecer com ela, de ter a minha vida, a minha forma de gerir a vida. E pensei nisso por que estava muito feliz com a presença dela no lançamento do livro que publiquei na companhia de mais onze colegas delegadas de polícia.  E, vendo a imagem capturada pelo fotógrafo do evento quando eu lhe dava um beijo no rosto, ela radiante, vi o quanto ela se orgulhava de mim, o quanto estava feliz com mais aquela conquista. E aquele beijo dado por mim era um sinal de gratidão, pedidos de desculpas, de perdão, de reverência por tudo que ela representa na minha vida.
Foi assim que comecei a pensar em mim mesma como mãe, nos meus filhos, nas relações entre pais e filhos. Fui lembrando de várias e conhecidas relações conflituosas que haviam se transformado em lindas e harmoniosas ligações. Logo veio à minha mente uma teoria despretensiosa, surgida naquele momento sem nenhuma comprovação cientifica, de que os filhos nos são dados para que consigam enxergar a melhor versão de nós mesmo, não obstante eles tenham inúmeras queixas a fazer de nós.
O que seria do mundo se não existissem os filhos, que mesmo revoltados com as nossas posturas ditatoriais em relação a suas vidas, acabam vendo o melhor de nós, aquilo de mais bonito que temos?
Talvez, sendo filhos, seja a maneira mais fácil de praticar o tão falado amor incondicional ou o amor crístico. Os filhos nos amam e conseguem ver a melhor versão de nós mesmos apesar de.  Acho o amor filial no campo da evolução humana, até mais poderoso do que o amor paterno e maternal, pois com relação a estes, os pais nos criaram desde crianças, viram-nos crescer, amadurecer e aprenderam a nos amar desde a concepção. Acredito que seja fácil amar a cópia ou a projeção de nós mesmos.  Já os filhos não, quando eles chegaram, nós já éramos os que púnhamos limites, dizíamos não, frustrávamos as suas expectativas, muitas vezes até os ferimos com as nossas infantilidades, ignorâncias. E mesmo assim, eles ainda conseguem superar a dor, crescerem com as nossas fraquezas e verem o que temos de mais bonito.
Então, fiquei pensando que todos deveríamos nos relacionar com as pessoas como os filhos se relacionam com os seus pais, sabendo que estes têm defeitos, mas que não são só defeitos e que, apesar dos pesares, todo ser humano carrega uma luz dentro de si, mesmo que a lâmpada esteja extremamente suja das vicissitudes terrenas.
Talvez eu tenha tido estes insigts por que eu precisasse arranjar uma forma bonita de dizer para a minha mãe que eu vejo a luz forte que brilha em seu ser, que a sua lâmpada está limpa, que eu vejo a melhor versão dela mesma e dizer mais, que apesar das minhas birras de criança ferida, eu só queria tê-la me prestigiando no dia mais importante da minha vida, pois eu estava realizando um sonho de criança. 



Fotografia: Tagore Editora. 
Texto: Ângela Santos, libriana, com lua em Gêmeos e Ascendente em Áries. Delegada de Polícia no Distrito Federal há 19 anos, Gineterapeuta, Moon Mother, Terapeuta em Barra de Access, Especialista em Bendizer, Erveira, Estudiosa do Baralho Cigano, Facilitadora de Círculo de Mulheres na empresa Clã Filhas do Vento, Mãe de três filhos.

domingo, 11 de março de 2018

A Lua Minguante e a Nossa Caverna Pessoal

Ontem a Lua entrou no Quarto Minguante em Sagitário. Essa fase da Lua nos convida à introspecção, fazermos contato com nossas sombras, medos, ansiedades. Momento de olharmos para nós, conversarmos com o barulhento silêncio que habita nosso ser e acalmá-lo. Essa fase Minguante da Lua é propícia para banimentos, limpezas, jogar fora aquilo que não nos serve mais, aquilo que está atrapalhando o fluxo de energia. Como a Lua está minguando em Sagitário, é um ótimo momento para nos desfazermos das crenças limitantes, das ideias prefixadas e arraigadas, verdades absolutas. É chegada a hora de nos permitirmos, de darmos colo a nós mesmas, caminhando devagar rumo à caverna da Lua Negra que se aproxima, período de total escuridão no céu, quando acessamos o nosso lado mais sombrio, quando encaramos face à face as mentiras que contamos para nós mesmas. É chegado o momento de conversarmos com o nosso útero, escutarmos o que ele tem para nos dizer e seguir as instruções deixadas por ele. Mas podemos e devemos tirar proveito desse momento. Que tal preparar uma xícara de chá com nossas ervas favoritas, quem sabe até colhidas no nosso jardim, no nosso  quintal, tomarmos um banho quente, fazermos um escalada pés, colocarmos aquele filme que há tempos está na nossa lista de sugestões e nunca temos tempo na agitada rotina do dia a dia, envolvermos-nos num confortável edredom, afagarmo-nos em nossos próprios braços e conversarmos com nossas neuras, nossas dúvidas? Sugiro até que ofereçamos aos nossos medos um gole dessa mágica bebida e os chamemos para nos fazer companhia. E  só então quando conseguirmos esvaziar todas essas preocupações, crenças limitantes, raivas, tristezas, estaremos prontas para fazermos o melhor plantio na Lua Nova, com os melhores projetos e teremos, assim,  a melhor colheita na Lua Cheia. 

Texto e Foto: Ângela Santos, libriana, com lua em Gêmeos e Ascendente em Áries. Delegada de Polícia no Distrito Federal há 19 anos, Gineterapeuta, Moon Mother, Terapeuta em Barra de Access, Benzedeira, Erveira, Cartomante, Facilitadora de Círculo de Mulheres na empresa Clã Filhas do Vento, Mãe de três filhos.

domingo, 4 de março de 2018

SER NATURISTA PRA MIM É...

Ser naturista, pra mim, sempre foi muito mais do que eu me despir das roupas têxteis. 
Ser naturista, pra mim, é poder ser eu de verdade, é mostrar o meu Jeito Ângela de Ser e acolher o Jeito Peculiar de Ser de cada um como indivíduo, sabendo que somos uma parte do Todo e que, como no arcano O Mundo, ao nos darmos as mãos, convivendo com e respeitando as diferenças, seremos o Todo e viveremos a plenitude.
Ser naturista, pra mim, é desnecessário eu me despir das roupas têxteis, caso eu não me sinta confortável para isso.
Ser naturista, pra mim, é eu não permitir nunca, mas nunca mesmo, que a minha Alma fique encoberta de medos, preconceitos, amarras e limitações. Ser naturista, pra mim, necessário se faz eu estar conectada plenamente com o Grande Mistério, com a Grande Mãe Natureza e com tudo o que se move que, já disse Djavan, é sagrado.
Ser naturista, pra mim, é reconhecer que no meu ser habita o feminino e o masculino e que ambos são sagrados, que precisam estar curados para que eu sinta a minha energia sexual fluir pelo meu corpo e que eu possa e mereça trocá-la com outro ser a fim de nos tornarmos únicos em plena conexão com a divindade.
Texto e foto: Ângela Santos


Ângela Santos, libriana, com lua em Gêmeos e Ascendente em Áries. Delegada de Polícia no Distrito Federal há 19 anos, Gineterapeuta, Moon Mother, Terapeuta em Barra de Access, Benzedeira, Erveira, Cartomante, Facilitadora de Círculo de Mulheres na empresa Clã Filhas do Vento, Mãe de três filhos.