Que a sexta-feira treze é temida não é segredo de ninguém. Mas o que ninguém conta é que ela começou a ser amaldiçoada com o advento do Cristianismo, que impôs a sua crença sob a cultura pagã, para diminuir mais ainda a importância feminina na vida religiosa e social.
Mas o que a sexta-feira treze tem
a ver com o feminino ou com o Sagrado Feminino? Tudo a ver.
"Ao longo dos tempos, entre
os Kiowa, Cherokee, Iroquois, Sêneca e em várias outras tribos nativas
norte-americanas, as anciãs contavam e ensinavam, nos "Conselhos de
Mulheres" e nas "Tendas Lunares", as tradições herdadas de suas
antepassadas. Dentre várias dessas lendas e histórias, sobressai a lenda das
"Treze Mães das Tribos Originais", representando os princípios da
energia feminina manifestados nos aspectos da Mãe Terra e da Vovó Lua.”
Essas Treze Mães, nada mais eram
do que as treze lunações completas que vieram posteriormente integrar o ano
solar do calendário ocidental.
O calendário era lunar e como a
mulher também era cíclica sincronicamente com a Lua, óbvio que ela era muitíssimo
venerada. Nessa época, as mulheres se reuniam em tendas no período menstrual,
onde os saberes eram transmitidos pela linhagem feminina. Além do mais, a divindade era considerada
feminina, pois os homens não tinham conhecimento da sua participação na
fecundação de um embrião. Assim, eles consideravam a mulher um ser mágico, pois,
a cada lunação ela sangrava e não morria e ainda, em determinado tempo, a barriga
crescia e nove lunações depois, ela paria um ser que lhe era semelhante. Dessa forma,
a mulher só poderia ser a imagem e semelhança da divindade.
Antes da dominação do Cristianismo, a deusa escandinava Freya , do
amor, da beleza e da sexualidade, era cultuada pelos pagãos. O seu nome deu
origem ao Dia de Freya, que depois se tornou Friday, sexta-feira em Inglês. Como
para o Cristianismo tudo que se referia à sexualidade e ao prazer estava na
lista dos pecados mortais, não seria diferente que a sexta-feira, anteriormente
dedicado à deusa Freya, também entrasse para essa seleta lista.
Uma vez que o número treze estava ligado às
treze lunações do calendário lunar, onde o sangue menstrual e a mulher eram
venerados, associado à sexta-feira, dia dedicado à deusa da beleza, da sexualidade
e do amor, também exaltando qualidades femininas, coube, de forma pensada, à Igreja amaldiçoar a Sexta-feira 13.
Hoje, nesta sexta-feira 13, eu honro a minha ancestralidade feminina, pelo
preço que lhe custou ser mulher, honro também o meu sangue menstrual, vindo do meu útero,
gerador de vida e amor, sangue puro, que não proveio de doenças, feridas ou
guerras. Hoje eu honro as trezes lunações que compõem o meu ano lunar. Honro
ainda a deusa Freya, que me ensinou a amar o meu corpo, ensinou-me a sentir
prazer comigo mesma e me ensinou que a sexualidade e o amor fazem parte do meu
ser.
Texto: Ângela Santos, libriana, com lua em Gêmeos e Ascendente em Áries. Delegada de Polícia no Distrito Federal há 19 anos, Gineterapeuta, Moon Mother, Terapeuta em Barra de Access, Especialista em Bendizer, Erveira, Estudiosa do Baralho Cigano, Facilitadora de Círculo de Mulheres na empresa Clã Filhas do Vento, Mãe de três filhos.
Imgem: Oráculo das Deusas
Maravilhoso texto. Simplesmente amei. Reflete tudo o que sinto e penso hoje. Beijos de luz no seu coração, minha lindeusa.
ResponderExcluirGratidão. Não aparece para mim quem escreveu. Se puder se identificar, ficarei muito grata. Beijos de luz no seu coração, lideusa ou lindeus.
ExcluirQue texto legal! Como é bom experienciar a leitura do mundo por outros ângulos e olhares. Parabéns!
ResponderExcluirGratidão, Simone.É, realmente, interessante experenciar outros olhares, inclusive esse seu comentário me fez refletir sobre a importância e responsabilidade daquilo que, às vezes, escrevemos tão despretensiosamente. Beijos de luz no seu coração.
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